segunda-feira, 2 de julho de 2012

A casa dos nossos avós

...porque sempre que volto lá a casa a minha imaginação voa até aqueles dias, há tantos anos atrás mas que parece que foram ontem, o poder da recordação, de regressarmos a momentos antigos e vivê-los mentalmente como se fossem ontem... que bom!

 

 
Nunca deixo de visitar o sótão, que apesar do passar dos anos continua com o mesmo cheiro de outrora e sempre que dedico, mesmo que pouco minutos a vasculhar o que para lá anda encontro imensos objectos desses tempos.Horas passadas no sótão a brincar aos escritório_ a máquina de escrever era a minha perdição  e o melhor é que ainda lá está!) e os momentos no baloiço de jardim em que tocávamos flauta para os avós... que saudades! Ainda hoje quando me sento no baloiço e me revejo com 7/8 anos ali sentada. Sim porque todos os anos o mesmo baloiço tem lugar de destaque no jardim.

Todos os rituais desses tempos são agora recordados com muita nostalgia mas com a certeza que essas recordações me fizeram ser quem sou hoje e que esses dias, minutos e segundos ninguém apaga da minha memória, e por isso gosto  tanto que o R* e o T* lá vão, para terem mais tarde recordações, que relembrem com o mesmo carinho que eu recordo as minhas e porque a casa dos nossos avós é sempre e só mesmo a casa dos nossos avós! Esta de forma mais tradicional, talvez por ser a que era já dos meus avós e por termos memórias de criança lá.

Gosto que quando lá vamos os meus filhos sintam pela casa o mesmo que eu sentia na idade deles, ali tudo é possível, o avô deixa fazer tudo e mexer em tudo, comem o que querem à hora que querem, têm os brinquedos deles, brincam no baloiço, têm sempre um miminho à espera... coisas de avós.

Lembro-me da gaveta com os chocolates que o meu avô tinha sempre o cuidado de a manter bem abundante, os sumos que só tínhamos direito a beber um copo por refeição mas não era por isso que não havia no frigorifico várias, as horas passadas no banco da cozinha a ver a avó a cozinhar e ouvi-la cantarolar, o avô a regar o jardim sempre à mesma hora, as conversas que partilhávamos, os risos, os segredos, os passeios, o apanhar dos caracois... todos estes momentos que na altura não tiveram certamente o impacto que têm hoje, mas que só são possiveis de recordar porque foram vividos com amor!

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